Briga na selva

Nunca tinha ouvido que, no reino animal, o pato e o leão tivessem algum tipo divergência como têm o gato e o rato, o gato e o cachorro e por aí em diante. Porém, há alguns dias atrás, em uma selva dos Estados Unidos, estava o pato e o leão, cada um torcendo pelo seu time quando o primeiro, numa atitude pouco esportista e com a clara intenção de provocar seu adversário futebolístico, atinge verbalmente, a mãe do leão e põe em dúvida o caráter desta pobre senhora.
O leão, que não é sujeito de levar desaforo para casa replica e ofende profundamente a dona pata. É incrível que em pleno século 21 torcedores não saibam defender as cores de seus times de forma diplomática e amistosa. Mas a verdade é que o lado animal dos dois indivíduos em questão falou mais alto e o pato, numa mostra de que não estava ali para brincadeira e sem temer o fato de que o leão é o rei da selva, partiu para cima de seu adversário e entrou solando.
Para quem não sabe, há na selva uma ordem de mando. O leão, que é descendente de uma vasta família real, sempre foi o rei e detém este posto por alguma ordem divina. Abaixo do leão vem uma infinidade de outros animais e o pato, com certeza, não está em segundo lugar. Porém, esquecendo ou dando a menor importância para isto, dispara a ave em direção ao leão depois dos xingamentos e acerta uma patada no peito do velho rei. Sem trocadilhos, pois o pato é pato, mas, como todos os animais também tem pata, tem duas, em alguns casos três, incluindo aí nestes números a sua amada companheira. O leão, que pelo visto foi pego de surpresa com a audácia do pato, revida e parte para o ataque. Um pouco atrapalhado por uma quantidade enorme de pelos na juba e ainda embasbacado pelo desrespeito à sua realeza o leão consegue emplacar umas direitas e até mesmo esquerdas no bico do pato.
O fato é que, desde o início da pendenga corporal, o pato levou vantagens sobre o leão, por incrível que isto possa parecer. O leão rugia, mostrava as unhas, fazia cara de carnívoro, exibia os dentes, mas a verdade é que, sendo de uma família que sempre teve o respeito de todos, que sempre viveu de aparências, ele nunca se preocupou com confrontos. Era um sujeito que vivia da fama de seus antepassados. Ninguém nunca o tinha afrontado, pelo medo ou pelo respeito e por isto o nosso amigo leão era um despreparado, um fraco e nesta peleja, o pato, que era um sujeito do mato e um exímio nadador, levou a melhor e deixou o leão moído e envergonhado no chão e na rua da amargura.
Depois da briga o pato, que era mascote mas não era fresco, foi expulso do campo mas saiu aplaudido pelo restante da fauna que, não brigou, mas ficou de alma lavada.

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