Aldo Rebelo: Uma cena da democracia brasileira - Notícias de São Paulo - Portal Vermelho

Aldo Rebelo: Uma cena da democracia brasileira - Notícias de São Paulo - Portal Vermelho

Entrevista exclusiva com Maria Magdalena e Jesus Cristo

Personagens bíblicos comentam o lançamento do livro "O Evangelho de Barrabás", de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta. O curta tem a participação dos atores Ilana Kaplan e Fernando Alves Pinto.

Texto de uma amiga palmeirense

Queridos,

Torcer por um time é um negócio que você nem percebe, quando vê tá xingando o adversário e soltando impropérios (e quantos, no meu caso) no estádio ou em casa quando vê o jogo pela tv. Tirem as crianças da sala!


A “onda Dilma” precisa envolver eleição para o Congresso

Por José Reinaldo de Carvalho, editor do vermelho.org.br

O anúncio, no sábado (21), da dianteira de 17 pontos percentuais alcançada por Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais sobre o candidato da direita à Presidência da República, José Serra (segundo o Datafolha, ela tem 47% das preferências, contra 30% do tucano) aprofundou o desânimo e a apatia na campanha da oposição. E, simultaneamente acendeu a luz verde para outra disputa, que ganha destaque: a luta para derrotar a direita e os conservadores também na Câmara dos Deputados e no Senado.

São Paulo, sempre bela


Ao observar esta foto, poucos acreditam que se trata de uma paisagem no centro comercial de São Paulo. Mas sim, trata-se da Praça da República, região mais que central desta cidade tão tumultuada, agitada, movimentada, que não dorme e tudo quanto é adjetivo para uma metrópole que é a maior da América do Sul.

A pena é que esta foto é apenas um recorte. Basta dar a volta no Coreto para vê-lo se deteriorando, se desgastando e aos poucos morrendo. Nesta cidade, cercada de concreto, há muitos locais assim, belos, arborizados, porém sem muitos cuidados, sem muitos tratos.

A Praça da República, passou por uma reforma recentemente devido à construção da Linha Amarela do metrô e, como ali terá uma nova estação, tiveram que revitalizar o local. Até 2004 o governo municipal iniciou uma tímida recuperação que, posteriormente, foi abandonada pelas administrações seguintes. Porém, olhando assim, vê-se que dá para fazer mais, dá para revitalizar. No entanto precisa mais do que obras, precisa educar a população, precisa acompanhar e estar sermpre mantendo, restaurando, zelando de nossa cidade.

Simplesmente restaurar e, em seguida, largar não resolve, gasta-se dinheiro público em vão.

É isto, vamos observando por aqui e publicando nossas lágrimas.

Abraços e até a próxima.

Quatro propagandas que valem a pena ver

96 anos de garra!

Hoje meu peito bate mais forte, hoje um time de raça, forte e vibrante comemora 96 anos. O povo brasileiro e principalmente paulista comemora, festeja ser nosso país a pátria de um time que lutou para existir, mostrou que mesmo criado por descendentes de italianos é tão tupiniquim quanto qualquer outro. Quando foi perceguido, lutou, como lutou diversos democratas, comunistas, patriotas quando viam sua liberdade ameaçada. Não baixou a cabeça. Chego a afirmar que nosso verde é muito mais brasileiro do que os que nunca tiveram sua nacionalidade contestada. Sim. Pois tivemos que provar para todos que o Brasil nos pertencia, que pertencíamos ao Brasil. Palmeiras, velho combatente. Palmeiras que nunca se vende. Tua força forsa a calar quem te substima. Não so és fruto desta mistura tropical brasileira como já representou teu povo fora de nossas fronteiras. Palmeiras paixão de povo que canta e vibra!

Abaixo, uma homengem de um ilustre palmeirense. Foi gravada pelo cantor e compositor carioca Silvio Caldas.

Não é muito fácil achar informações sobre essa música. A única referência que encontrei até agora foi no Mercado Livre, onde foi vendido um vinil do Palmeiras, de 1976, que continha essa música no lado B, e o hino oficial do clube no lado A.

Clique aqui para ouvir ou baixar (mp3)

Tarantela em Verde e Branco
Silvio Caldas

Nasceste Palestra de Palestra amistosa
nos tempos do Fanfulha e das cantinas do Brás
Cresceste Palmeiras de sombra frondosa
Palmeiras, Palestra dos meus ancestrais
Teu passado tua história
tua luta tua glória
conquistaste com amor juvenil
e ligaste então com teu coração
o sangue da Itália e do Brasil

Palestra, Palmeiras
as duas bandeiras unidas estão
Palmeiras, Palestra
é dia de festa no meu coração

Nasceste Palestra de Palestra amistosa
nos tempos do Fanfulha e das cantinas do Brás
Cresceste Palmeiras de sombra frondosa
Palestra, Palmeiras dos meus ancestrais
Teu passado tua história
tua luta tua glória
conquistaste com amor juvenil
e vingaste então com teu coração
o sangue da Itália e do Brasil

E agora, José?! (ou Canção do dia “pra sempre”)

E agora, José?
A festa acabou,
a Dilma ganhou
o Índio sumiu,
a Globo mudou..
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem graça,
que zomba da massa,
você que fez plágio
que amou o pedágio
e agora, José?
Está sem “migué”
está sem discurso,
está sem caminho..
não pode beber,
não pode fumar,
cuspir não se pode,
nem mesmo blogar?
a noite esfriou,
o farol apagou
o voto não veio,
o pobre não veio,
o rico não veio..
não veio a utopia
não veio o João
tão pouco a Maria
e tudo acabou
o Diogo fugiu
o Bornhausen mofou,
e agora, José
E agora, José ?
Sua outra palavra,
seu instante de Lula:
careca de barba!
sua gula e jejum,
sua favela dourada
sua “São-Paulo de ouro”
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora ?
com a chave na mão
quer abrir qualquer porta,
não existe porta;
o navio afundou
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa da despedida
e a Miriam tirasse…
se você dormisse,
se você cansasse,
como o leitor do Noblat
se você “morresse”
Mas você não morre,
você é vaso “duro”, José !
E sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem megalomania
Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..
sem Cantanhede
para se encostar,
sem o cheiro da massa
pra você respirar..
e sem cavalo grego
que fuja a galope,
sem o Ali Babá
pra lhe arranjar algum golpe,
você marcha, José !
José, pra onde?
pra sempre?
E agora, José?
Se quando a festa acabou, o povo falou
que sem você, podia muito mais..
Então, nesse caso: Até nunca mais, José!

ps: O Dia foi só pra compor a rima.

Dilma abre 17 pontos de vantagem e confirma vitória no 1º turno - Portal Vermelho

A primeira mulher presidente do Brasil será eleita em primeiro turno.

100 anos de Rubinato

Rubinato era filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Aos dez anos de idade, sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada: à época a idade mínima para poder trabalhar era de doze anos.

Muito louca!

Geraldo Pereira

Nascido em Juiz de Fora, em 23 de abril de 1908, esse mineiro conquistou o Brasil com o samba - e como compositor da Estação Primeira de Mangueira. Geraldo Pereira levou ao extremo o que se entendia por samba sincopado - onde residia sua genialidade. Trouxe em suas músicas o cotidiano carioca, a mulher e o homem dos morros, uma forma de ver o país em que vivia nos anos 40 que se estende até os dias de hoje. Quem, ao ouvir a irônica Ministério da Economia não diria que essa música com certeza é recém composta? ("Seu presidente, Sua Excelência mostrou que é de fato / Agora tudo vai ficar barato / Agora o pobre já pode comer. / Seu presidente, pois era isso que o povo queria / O Ministério da Economia / parece que vai resolver").

Geraldo Pereira ganhou a vida como motorista de caminhão de coleta de lixo, e gastou tudo o que tinha da velha e boa boemia, por quem viveu e morreu.

Seus sambas atravessaram os tempos e foram retomados na Bossa Nova, com a gravação de Bolinha de Papel em 1961 por João Gilberto - que trouxe a luz o samba e o nome do homem que, seis anos antes (em 05 de maio de 1955), aos 37 anos, morria numa briga de faca com o legendário Madame Satã.

Samba da melhor qualidade

O grupo Arrasta a Sandália se apresenta toda sexta no Cafofo Paulista. A ideia é tocar e cantar sambas, carimbós, batuques, músicas instrumentais e "umas feitiçarias do Pará", como conta Railídia, a linda e talentosa cantora do grupo.

O Arrasta a Sandália é formado por Railídia (voz), Diego (voz e marcação), Kiko Nogueira (cavaco), Koka Pereira (pandeiro), Rodrigo Carneiro (violão de sete cordas) e Samuel Marques (trombone).

Serviço

Dia: sextas-feiras
Hora: a partir das 21h
Local: Cafofo Paulista (avenida Pompéia, 1969 – em frente à padaria Dona Deola. Próximo ao metrô Vila Madalena).
Tel: (11) 3801 2260

Seguem abaixo mais informações sobre o projeto.

"Tocar música instrumental brasileira é o ponto em comum entre os músicos Koka Pereira (percussionista), Rodrigo Carneiro (violão sete cordas) e Samuel Marques (trombonista). A melodia do trio ganhou vozes no encontro com os cantores Railídia e Diego "Gigante" e virou roda de samba com a palhetada do cavaquinista Kiko Nogueira. Nomeado de Arrasta a Sandália, o grupo se apresenta às sexta-feiras, a partir das 21h, no recém-inaugurado Cafofo Paulista, na pompéia. No repertório, Instrumental, Baticuns e Cantorias.

Nesta colcha de retalhos musical em formação cada integrante do Arrasta a Sandália experimenta uma influência artística. A paraense Railídia, que vive em São Paulo há 13 anos, combina as sonoridades aprendidas na terra da garoa e os batuques do Pará com os partidos de malandragem trazidos para o Arrasta a Sandália por Diego, cantor afiado, afinado e de repertório original. No Arrasta, Diego também segura a marcação.

No comando do batuque, Koka Pereira, no pandeiro, desfila a experiência como mestre de bateria de carnaval e a variação de toques no pandeiro que vão da embolada ao partido alto. A influência do regional fica por conta de Samuel e Rodrigo que, ao lado de Koka, trazem a sonoridade do choro para o Arrasta a Sandália. Com cerca de 20 anos de carreira, Kiko Nogueira, que também integra ao lado de Railídia o grupo Inimigos do Batente, é doutor em roda de samba, também com incursões pelo choro.

Na estréia do Arrasta a Sandália, o repertório lembrou o maestro paraense Waldemar Henrique, carimbós, partido-alto, sambas de roda e composições do rei do Baião Luiz Gonzaga. A idéia do Arrasta a Sandália é fazer uma batucada bem brasileira com o bailado das gafieiras, a alegria das rodas de samba e o feitiço dos batuques"
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Planejamento de campanha eleitoral

Planejamento de campanha

Como planejar

Basicamente, temos que responder duas perguntas:
1 – Qual é a meta?
2 – Como atingi-la?

A partir destas duas questões, várias outras se abrem e precisam ser respondidas.

O primeiro grupo de questões serve para se determinar a meta com precisão, e inclui perguntas como:

1 – Qual é o mandato pretendido?
2 – Qual é o número de votos necessário para que isto ocorra?

Bom, sabemos que a resposta para a questão um é que o mandato pretendido é para deputado estadual. A segunda precisamos definir. Tendo estas duas questões respondidas, já teremos estabelecida a meta principal.

As questões a seguir são úteis para a execução de um planejamento global de uma campanha:

1 – Qual é o potencial de votos nos bairros, na cidade, nas categorias em que concorro o Candidato?

2 – Quantos votos já temos?
Este é o potencial do candidato

3 – Onde estão e quem são meus eleitores?
Aqui precisamos ter em mente qual a penetração territorial da candidatura e em quais segmentos da população estão os eleitores.

4 – Quantos votos nos faltam?
Aqui subtraímos o número de votos que estimamos na questão 2 pelo número de votos que precisamos

5 – Qual a margem de segurança necessária para assegurar a eleição?
Uma boa maneira de estimar isto é multiplicando o número de votos que precisa por 3.

6 – Onde temos mais chance de consegui-los?
Podemos saber onde conseguir, aplicando o princípio da semelhança ou similaridade, determinando como eleitorado potencial aqueles que tiverem maior semelhança com a resposta obtida na questão 3. Pois é mais fácil ao candidato expandir sua influência a partir dos segmentos da população e territórios onde tenha a sua presença já consolidada.

7 – Quem são meus concorrentes?
Quais são os candidatos que disputa o mesmo eleitorado que o nosso.

8 – Qual a situação deles em relação ao eleitorado?
Conhecer qual a penetração de seus concorrente, para saber quais são seus pontos fortes e fracos.

9 – Quem poderia ser meus aliados? Aqui, e nas questões 10 e 11, pode-se incluir como aliado, possíveis alianças com outros candidatos, no caso, a deputado federal.
Levantamento de lideranças que poderiam colaborar com a campanha. Pessoas formadoras de opinião com quem poderemos contar.

10 – Onde eles atuam e qual a situação?
Esta resposta é importante pois nos permite estudar quais os aliados mais importantes, evitando apoios duvidosos ou pouco vantajosos. Permite também que o Candidato amplie seu universo eleitoral e abranja mais regiões e outras categorias.

11 – Quantos votos poderia nos transferir determinadas alianças?
É importante estimar, ao procurar determinados aliados, quantos votos conseguiremos com este apoio para somarmos ao número de votos que precisamos.

12 – Qual a melhor maneira de manter os votos e conseguir os que nos faltam?
Aqui começa a elaboração das estratégias de ação propriamente dita. Onde determinaremos quem são nossos concorrentes mais fortes (se houver) e onde estão localizados, a fim de defender seu reduto eleitoral e consolidar a sua posição e, a partir daí, procurar ampliar a faixa de eleitorado. Determinar atividades como reuniões, plenárias e festas. É comum o candidato basear sua estratégia em conseguir mais votos (chamada posição de ataque), esquecendo de proteger e fortalecer as posições (eleitorado) conquistadas. Isto leva ao esquecimento, por parte dos eleitores, a ação de outros candidatos concorrentes e, também, dá, ao eleitorado, a impressão de abandono da campanha à fatia em que este eleitor está inserido. A conclusão de tudo isto é a perda de votos conquistados a duras penas.

13 – Quanto nos custaria esta conquista?
Nesta fase do planejamento, baseado nas estratégias de ação, determinaremos as necessidades materiais e humanas e as englobaremos no orçamento.

14 – Quanto temos para gastar e quais os recursos humanos de que dispomos?
Aqui procuraremos realizar um verdadeiro balanço, verificaremos a viabilidade de executar o orçamento proposto e, caso nossas disponibilidades estejam abaixo do ideal, teremos que voltar à questão 12 onde procuraremos enxugar nossas ações, estudando uma nova estratégia, elaborando novo orçamento, mais adequado às possibilidades. No caso de, mesmo após essa reavaliação, o orçamento continuar acima, poderemos passar para o próximo ponto.

15 – Quanto nos falta, onde e como conseguir?

16 – Quanto tempo levaríamos para ampliar nosso orçamento?
Dependendo do tempo para se conseguir mais recursos, o melhor será trabalhar com o que temos, mesmo que com isto limitemos nossa ação.

17 – Quais são as chances de nosso candidato?
Este é o ponto crítico para o candidato. Quando se chegar a este ponto do planejamento é necessário que se utilize toda honestidade possível para que se possa avaliar quais as chances que o candidato tem de ser eleito. Essas chances estão diretamente ligadas à penetração que ele já conseguiu, ao seu potencial de votos, à possibilidade que tem de efetivar alianças, à sua capacidade de financiar a campanha, em relação a tudo que lhe falta. Se o saldo desse balanço for positivo, podemos passar à próxima etapa do planejamento.

18 – Quais os temas que deverão constar da plataforma?

19 – Qual o melhor símbolo e slogan para a campanha?

20 – Qual o melhor visual para a campanha?
O visual, como todos sabemos, inclui todos os materiais a serem executados. Todos devem ser elaborados dentro de um contexto de unidade, ou seja, todas as peças deverão conter elementos visuais comuns, que possibilitem ao público imediata identificação com a sua origem. A escolha desses materiais deve levar em conta, ainda, o conceito penetração (bairro? categoria?), utilidade (onde será fixado, usado) e custo.

21 – Que outros serviços contratar?
A campanha deve contratar o serviço de um assessor de imprensa, devido à importância de manter um alto nível de relacionamento com os meios de comunicação. Responsável por agenda, responsável por contatos com lideranças, por agendar reuniões em bairros e categorias de atuação e outros serviços importantes como os prestados por uma agência de propaganda ou um profissional da área. A campanha deve também contar com uma equipe para colocação e retirada de materiais (faixas, placas, sinalizações) em residências ou outros pontos onde a legislação autorize a veiculação de propaganda eleitoral.

22 – Quando e onde o candidato deve estar presente?
Responde-se a esta questão por meio da elaboração de um roteiro-calendário e de um cronograma de atuação do candidato, onde se inclui a realização dos seus pronunciamentos, a presença em atividades, plenárias, churrascos, festas, eventos, etc.

23 – Como controlar o fluxo financeiro da campanha?
Aqui deveremos indicar pessoas de confiança que controle o volume de entrada e saída, não só de recursos financeiros. Esta pessoa ou pessoas poderão dispor de uma equipe, pois também controlarão todo o volume de campanha, isto é, entrada e saída dos materiais de divulgação da campanha.

24 – Por fim, neste resumo de uma campanha eleitoral, precisaremos ter uma equipe central que controle, selecione, coordene e saiba utilizar todas as informações que venham do conjunto da campanha. Esta equipe ainda terá que orientar e treinar pessoal, formular e reformular estratégias, enfim, será o cérebro da campanha.

Importante: Um fator que devemos levar em consideração é que, para se obter um planejamento confiável, é preferível ser pessimista a ser otimista nas respostas, é melhor estarmos preparados para o pior do que se manter num posicionamento otimista, pois aí, qualquer falha poderá nos custar o desmoronamento da campanha. Deixemos o otimismo para o candidato.

Serra no Jornal Nacional: 12 mentiras em 12 minutos - Portal Vermelho

Serra no Jornal Nacional: 12 mentiras em 12 minutos - Portal Vermelho

Serra no Jornal Nacional: 12 mentiras em 12 minutos

Tratado como se estivesse entre amigos –e estava--, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra (PSDB), participou nesta quarta-feira (11) da rodada de entrevistas com os presidenciáveis do Jornal Nacional, da Rede Globo. Sem ser confrontado pelos entrevistadores, Serra conseguiu se mostrar elegante na forma, mas no conteúdo sua participação foi marcada por um discurso repleto de mentiras e meias-verdades (veja a lista no final desta matéria).

Por Cláudio Gonzalez

 Serra no Jornal Nacional

Na bancada do JN, Serra tenta calçar as "sandálias da humildade", mas o tempo é curto e ele não consegue concluir a mensagem

Apesar da colher de chá que os entrevistadores deram ao candidato para expor suas idéias sem muitos questionamentos, Serra derrapou no final, quando tentou deixar sua mensagem alinhada com a nova estratégia de campanha --a de se distanciar da elite e se mostrar como o candidato dos pobres. Ele enrolou na resposta e acabou sendo cortado.

No início da entrevista, ao ser questionado sobre o fato de estar poupando o presidente Lula de críticas na campanha, Serra desconversou, disse que Lula não é candidato, portanto não é seu adversário, e tentou desqualificar a candidata do PT. Sem citar o nome de Dilma, disse que não se pode 'governar na garupa', insinuando que a ex-ministra, caso seja eleita, faria um governo monitorado pelo atual presidente. A declaração de Serra pode ter gerado a manchete que a mídia queria, mas é uma afirmação potencialmente arriscada para o tucano. Com a popularidade do governo nas alturas, uma parte considerável do eleitorado que aprova o presidente Lula pode estar buscando justamente uma candidatura que "ande na garupa" de Luis Inácio. E esta candidata é Dilma, não Serra.

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Mensalão ressurge como tema

Na única pergunta que parecia mais constrangedora para Serra, Willian Bonner questionou o tucano sobre a aliança com o PTB, numa clara manobra para voltar a falar do “mensalão do PT”. Não precisa ser jornalista nem analista político para saber que houve, nesta pergunta, uma clara intenção de poupar o candidato tucano do desconforto de ter que justificar sua aliança com o DEM, que protagonizou um “mensalão” muito mais recente e constrangedor, que foi o escândalo envolvendo o governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal.

Também não se questionou o tucano sobre o “mensalão” mineiro protagonizado por ninguém menos que o ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo. Privatizações, relação com movimentos sociais, atritos com aliados... foram outros temas espertamente descartados da sabatina.

Tucano assume que não trabalhou direito

Ao falar sobre os caros pedágios cobrados em São Paulo, Serra entrou em contradição. Disse que se "trabalhar direito" dá para fazer estradas boas sem cobrar tarifas elevadas de pedágio. Neste momento, um entrevistador atento e isento teria perguntado: então por que seu governo não fez isso em São Paulo? O senhor “não trabalhou direito”?

Mas a conversa do casal global com o candidato tucano não previa confrontações. Estava tudo dentro do script traçado pela família Marinho para alavancar a candidatura “da casa” e não cabia ali desautorizar o “mais preparado dos homens públicos”.

Palocci: o inocente útil do Serra

Durante a entrevista, mais uma vez, tal como fez no debate da Bandeirantes, José Serra citou o nome do ex-ministro Antonio Palocci, repetindo que o petista "não cansava de elogiar o governo Fernando Henrique" quando foi ministro da Fazenda no primeiro mandato do presidente Lula. A afirmação recorrente de Serra tem dois objetivos: constranger a candidata do PT, Dilma Rousseff –já que Palocci é um dos coordenadores de sua campanha-- e minimizar as críticas ao governo Fernando Henrique.

Pior do que ouvir tal afirmação vinda de Serra é saber que Antonio Palocci não se digna a responder ao tucano. A carapuça lhe serve, portanto não questiona o uso político que Serra faz de seu nome em prejuízo da candidata da qual é coordenador de campanha. Tivesse um pouco mais de dignidade, Palocci no mínimo utilizaria seu espaço cativo nas colunas de bastidores dos jornais para desautorizar o tucano. Mas como não responde, acaba fazendo o papel de "inocente" útil num tema que é crucial para a campanha petista: a comparação entre os governos FHC e Lula.

Sandálias da humildade

Serra tentou, ao final da entrevista, emplacar sua nova estratégia de campanha. Mudar a imagem de candidato da elite e calçar as “sandálias da humildade” para se mostrar como o homem de origem pobre que venceu na vida estudando e ajudando o povo. Serra queria dizer que ia governar para os pobres e não apenas para os ricos. Mas não deu tempo. Por mais cordial que Bonner tenha sido com Serra, não dava para deixar o entrevistado surrupiar minutos a mais que o tempo previsto para a entrevista.

Mentiras e meias-verdades

A íntegra da entrevista de Serra, assim como a de Dilma e Marina, estão facilmente disponíveis na internet. Não é preciso detalhar o que o entrevistado disse ou como disse. Mas é imprescindível apontar as contradições e inverdades contidas em suas declarações. Até por que, são declarações recorrentes, argumentos que o tucano tem utilizado com frequência e, que se não forem devidamente combatidos e esclarecidos, podem atravessar toda a campanha eleitoral travestidos de verdade.

Numa rápida análise da entrevista de 12 minutos ao Jornal Nacional, podemos detectar pelo menos 12 questões levantadas por Serra que não correspondem à realidade. Especialistas em cada assunto poderão encontrar várias outras. Abaixo, um resumo das “mentiras por minuto” que Serra contou aos telespectadores do telejornal de maior audiência da televisão brasileira.

1. Fiz os genéricos...
Parece uma constante na biografia de José Serra a sua pretensão de autoria sobre programas que ele não criou, apenas regulamentou. A história da legislação dos genéricos no Brasil inicia-se pelo então deputado federal Eduardo Jorge, em 1991, quando apresentou o Projeto de Lei 2.022, que planejava remover marcas comerciais dos medicamentos. Em 1993, foi publicado pelo então presidente Itamar Franco, que tinha como ministro da Saúde Jamil Haddad, o Decreto nº 793, que instituiu a política de medicamentos genéricos. Portanto, quando Serra assumiu o Ministério da Saúde, no governo FHC, o programa de medicamentos genéricos já era uma realidade. Serra e FHC apenas revogaram o decreto anterior na íntegra e fizeram uma lei (9.787/99) e um novo decreto (3.181/1999) com muitas concessões ao lobby da indústria farmacêutica.

2. Fiz a campanha da Aids...
O mesmo embuste dos genéricos, Serra aplica em relação ao programa de combate à Aids. Na verdade, o tucano, por uma estratégia de marketing, assume como se fosse dele um programa que é anterior à sua gestão no Ministério. Saiba mais aqui


3. A saúde, nos últimos anos, não andou bem
Serra tenta generalizar para não reconhecer que a situação hoje é melhor que no governo passado. A saúde continua com problemas, é óbvio, sobretudo no atendimento de urgência e emergência de hospitais do país. Mas nos últimos anos, houve melhoras significativas em quase todas as demais áreas da saúde. No governo Lula diminuiu sensivelmente a mortalidade materna e a mortalidade infantil. O Brasil está entre os 16 países em condições de atingir a quarta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio nestas questões. O governo Lula instalou e ampliou programas importantíssimos que não existiam ou estavam subutilizados na gestão de Serra ministro, como o Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Saúde da Família -- o financiamento do programa foi triplicado entre 2002 e 2008, passando de R$1,3 bilhão para R$ 4,4 bilhões--, Samu 192 –ao qual SP se nega a aderir até hoje—, PAC da Saúde, UPA 24h, Olhar Brasil, Doação de Órgãos, Bancos de Leite Humano, QualiSUS (fortalecimento do SUS, que os tucanos boicotam), mais investimentos na Política de Saúde Mental, etc. Todo este avanço ocorreu mesmo com o fato da oposição, incluindo o DEM e o PSDB, ter votado pelo fim da CPMF, que destinava recursos para a saúde. Também é preciso frisar que nem todas as ações dependem da União. Governos estaduais e municípios têm ampla participação na gestão da saúde. Serra também não conseguiu resolver os problemas na saúde pública de São Paulo quando foi prefeito, nem quando foi governador.

4. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás
Mentira pura de Serra. O governo federal manteve e ampliou todas as campanhas de vacinação existentes e ainda incluiu novas vacinas no calendário oficial. Desde 2004, o Ministério da Saúde adota três calendários obrigatórios de vacinação: o da criança, o do adolescente e o do adulto e idoso. O programa de prevenção às endemias funciona bem, ao contrário do que acontecia no governo Fernando Henrique. Quando Serra ainda era ministro da Saúde, o Brasil sofreu com uma terrível epidemia de dengue, ao ponto do tucano ter sido apelidado de “ministro da dengue”.

5. O Roberto Jefferson conhece muito bem o meu programa de governo
Nem Roberto Jefferson nem nenhum outro aliado do tucano conhece o “programa de governo” de Serra porque ele simplesmente não existe. Quando foi entregar o seu “programa” no TRE, a campanha tucana protocolou a transcrição de dois discursos de Serra, e disse que aquilo era o programa de governo da candidatura. Além disso, Roberto Jefferson aliou-se a Serra não por que comunga com o tucano ideias programáticas. Pelo contrário: Jefferson criticou duramente Serra quando o tucano deu declarações contra o “mercado”. O apoio do PTB a Serra tem um único objetivo: facilitar a eleição de deputados da legenda nas coligações regionais.

6. Eu não faço loteamentos de cargos
Serra vem repetindo esta lorota em várias ocasiões. Mas o fato é que quase todas as instituições, estatais e órgãos públicos do governo de São Paulo são chefiados por correligionários ou pessoas indicadas pelos líderes de partidos que governam o estado. As sub-prefeituras da cidade de S. Paulo, tanto na gestão Serra quanto na gestão Kassab, foram e são comandadas por apadrinhados políticos. Aliados de Serra, como o presidente do PPS, Roberto Freire, mesmo não tendo nenhum vínculo com SP, foram nomeados para conselhos de estatais paulistas. O neo-aliado Orestes Quércia (PMDB) já fez diversas indicações para cargos de confiança em SP na atual gestão demo-tucana. Prefeitos de partidos que lhe fazem oposição dizem que Serra governa com mapa político nas mãos e com ele no governo os adversários passam a pão e água. Verbas, convênios e obras só para seus aliados. Ao insistir nesta afirmação de que “não faz loteamento”, o tucano menospreza a inteligência do eleitor e provoca riso –e talvez alguma preocupação-- entre seus aliados, que sabem que alianças são feitas apenas se as forças políticas participantes puderem compartilhar a administração pública do mandatário que ajudaram a eleger.

7. Eu não sou centralizador
Quem desmente o candidato são seus próprios correligionários. As seções de bastidores de política dos principais jornais do país trazem toda semana a reclamação de algum aliado de Serra que protesta contra o modo centralizador como o candidato conduz a campanha. Chegaram a dizer que enquanto a campanha de Dilma é conduzida por um G7, a de Serra é conduzida por um G1, grupo formado por ele mesmo.

8. O Índio da Costa estava entre os nomes que a gente cogitava
Não há nenhum analista político no país que tenha coragem de confirmar esta afirmação de Serra. Simplesmente porque ela é uma mentira deslavada. O nome de Índio da Costa só surgiu aos 45 minutos do segundo tempo, depois que uma dezena de outros nomes já tinham sido descartados e uma crise grave estava instalada na campanha. O próprio Serra disse que não conhecia direito o vice escolhido pelo DEM.

9. Meu vice é jovem, ficha limpa, preparado
Em primeiro lugar, aos 40 anos a pessoa já não é tão jovem assim. Tanto que o deputado do DEM nunca se interessou por projetos ligados à juventude. Mas quanto a isso, sem problemas. O problema é dizer que Índio da Costa é “ficha limpa”. A verdade é que a “ficha” do apadrinhado de Cesar Maia tem algumas manchas bem encardidas. Ele foi um dos alvos da CPI na Câmara dos Vereadores do Rio que investigou superfaturamento e má-qualidade nos alimentos comprados para a merenda escolar, quando ainda era vereador. Além disso, o deputado demista foi sim um dos que relataram o Projeto Ficha Limpa no início, mas o relatório fundamental foi do deputado do PT-SP José Eduardo Cardozo. Quando os tucanos tentam colocar na conta de Índio da Costa a aprovação do projeto Ficha Limpa apelam para o mesmo engodo que Serra aplica quando se diz o criador da Lei dos Genéricos. E, por fim, sobre o adjetivo “preparado”, basta lembrar as trapalhadas e constrangimentos que Índio da Costa causou à campanha tucana logo no início para saber que é um elogio descabido.

10. Nunca o Brasil teve estradas tão ruins
Mais uma vez Serra generaliza para tentar esconder as melhorias ocorridas nos últimos anos. Esta frase de Serra poderia caber durante o governo Fernando Henrique que investiu quase nada em estradas. O governo Lula não só aumentou os investimentos, como promoveu a concessão de algumas rodovias federais que agora recebem melhorias sem que para isso os usuários tenham que pagar elevadas tarifas de pedágio. O canal de notícias T1 (http://www.agenciat1.com.br ) especializado em transportes, desmente o discurso tucano e fornece enorme quantidade de dados e informações que mostram que as rodovias federais melhoraram e não pioraram nos últimos anos.

11. A Fernão Dias está fechada
Serra deveria avisar isso aos milhares de motoristas que trafegavam pela Fernão Dias no exato instante em que o tucano dizia tal mentira. Serra fez a firmação como se a rodovia estivesse totalmente indisponível para o tráfego. O fato é que apenas um pequeno trecho, na região de Mairiporã, da rodovia que liga São Paulo a Minas Gerais está em obras.

12. A Regis Bittencourt continua sendo a rodovia da morte
A Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, foi incluída, em 2008, no plano federal de concessões. Desde então, foram feitas diversas melhorias na via. Os 402 quilômetros da rodovia receberam melhorias no asfalto, nova sinalização, muretas de proteção e serviço de atendimento ao motorista. É fato que os R$ 302 milhões investidos até agora não foram suficientes para acabar com a má fama da Régis, mas foi o governo Lula o primeiro a tomar a iniciativa de melhorar a estrada. No governo FHC, nada foi feito e, apesar da maior parte da rodovia estar em território paulista, os sucessivos governos tucanos em SP nunca propuseram parcerias com o governo federal e/ou municípios para ajudar na conservação da BR.

Serra ainda pretendia contar uma 13a. lorota: a de que vai governar para os pobres e não para os ricos, mas não deu tempo.
 
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