Há 68 anos Palmeiras renascia campeão!


Por Railídia Carvalho
Jornalista e amiga


Os jogadores do palmeiras pareciam saídos do túnel do tempo. Foi de arrepiar quando o time entrou em campo domingo no Pacaembu vestindo camisa alusiva ao jogo de 20 de setembro de 1942 em episódio conhecido como a Arrancada Heróica.

Por conta da segunda guerra mundial o Palestra Itália, fundado por italianos, foi obrigado a trocar de nome e, como Palmeiras, entrou em campo pela primeira vez no dia 20 de setembro contra o São Paulo. No Pacaembu. 

Nas mãos dos jogadores do Palmeiras a bandeira brasileira. Placar: Palmeiras 3 x 1, campeão estadual. Vexame histórico: São Paulo abandona o navio antes do barco afundar.

Em 19 de setembro de 2010, o Palmeiras, “que sabe ser brasileiro”, entrou em campo carregando a bandeira brasileira em cena capaz de arrancar lágrimas de muitos marmanjos quanto mais dessa paraense chorona, filha adotiva da paulicéia e torcedora fervorosa. Do verdão. Do palmeiras. Do palestra.

Ah, Palestra, tu que vens de antes de todos nós sempre tens lições a nos dar. A entrada gloriosa no estádio do Pacaembu reafirma que a herança dos que te seguem é de nobreza, perseverança, glória. Pela luta, pelo merecimento do guerreiro que não abandona a batalha, nem o navio, nem o campo. Isso é coisa para os ratos. 

Quem se pôs de pé e recomeçou a própria história de resistência, afirmação e paixão foste tu, Palmeiras. Tu, que nascestes Palestra pelas mãos de um povo tão apaixonado quanto o brasileiro, esse filho de tantos povos e que fez dessa origem seu traço marcante, característico, singular.

O que me apertou o coração ontem foi o amor que tenho pelo Palmeiras. É pouco peito pra tanta paixão. Negócio que transborda, vicia, persiste, aumenta, lateja, faz rir e faz chorar. De alegria. De tristeza. De comoção. É bom chorar porque a brasa que fica dentro da gente se abranda um pouco.

Em 2010 completam-se 68 anos que o Palmeiras renascia campeão. Também em 2010 completam 40 anos dois homens que amo e a quem dedico essas reflexões: Fernando Szegeri e Teo, que atende pelo apelido de Marco Bressan. 

Assim como o Palmeiras de antes e o de agora, Fê e Téo são como água e vinho. Durante os jogos, o primeiro se descabela e faz caras e bocas já o segundo se mantém impassível mexendo na barbicha. Fê foi meu professor em Palmeiras e o Téo alimenta a minha paixão alviverde.  Ambos estão, junto com o Palmeiras, no meu coração, verde, claro!

Tarantela Alvi-verde*

Nasceste Palestra, de palestra amistosa
Nos tempos do Fanfulla e das cantinas do Brás
Cresceste Palmeiras de sombra frondosa
Palmeiras! Palestra!
Dos meus ancestrais
Teu passado, tua história
Tua luta, tua glória
Conquistaste com amor juvenil
E ligaste então com teu coração
O sangue da Itália e do Brasil

Palestra! Palmeiras!
As duas bandeiras unidas estão
Palmeiras! Palestra!
É dia de festa no meu coração!

* Por Sílvio Caldas

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